Realidade ou ficção?
A origem
A história começou em 1936, a partir de um estudo de visibilidade, feito na Universidade de Chicago, no qual estavam envolvidas algumas pessoas muito conhecidas - Dr. Nikola Tesla, John Hutchinson (reitor da Universidade de Chicago) e o Dr. Kurtenauer, um físico austríaco da Universidade.
A imprensa especulava sobre a possibilidade de tornar objetos invisíveis e fazê-los ir de um ponto A para um ponto B, instantaneamente.
Foi então que essas três pessoas resolveram ver se podiam fazer alguma coisa a esse respeito e começaram a estudar o que seria necessário fazer para tornar um objeto invisível. Aparentemente, rumores começaram a se espalhar e a Marinha começou a interessar-se, passando a fornecer os fundos para a pesquisa.
Em 1934, ainda sem resultados importantes, a pesquisa foi transferida para o Instituto de Estudos Avançados (Institute of Advanced Studies) em Princeton, New Jersey. O Instituto que havia sido fundado em 1930, só começou a funcionar de verdade a partir de 1933 quando pessoas de peso, como Albert Einstein, foram convidadas para dele participar. Einstein partira da Alemanha em 1930 e ensinara em Cal-Tech durante 3 anos. Com o novo emprego, mudou-se para New Jersey, onde morou até sua morte em 1955. O Dr. John Von Neumann entrou na equipe em 1933; também havia deixado a Alemanha em 1930, tornando-se um professor adjunto no Instituto - para ser mais exato, na pós-graduação da Universidade de Princeton. Juntou-se ao Instituto, em 1933.
O Projeto de Invisibilidade de Tesla
Em 1931, Tesla envolveu-se com o projeto de invisibilidade que foi transferido para o Instituto em 1934, mas também trabalhava em outras coisas, como um sistema de armamento baseado em raios feito de partículas, que foi desenvolvido em meados dos anos trinta. Foi oferecido a vários governos ao mesmo tempo - EUA, Grã-Bretanha, Canadá, que o recusaram, com exceção da Rússia que comprou um modelo operante por U$25.000 (Nota: este é um ponto discordante da biografia de Nikola Tesla).
Outra coisa em que trabalhou, foi um sistema de raio-mortal - na verdade, um laser extremamente potente - em 1938/39 e que foi demonstrado em White Sands, Novo México. Algumas pessoas testemunharam o evento. O raio desintegrou tudo o que havia em seu caminho, inclusive o topo de um morro. O governo considerou a arma um exagero e mandou destruí-la, para evitar o risco de que caísse em mãos inimigas.
O primeiro teste parcialmente bem sucedido do projeto de invisibilidade do Instituto de Estudos Avançados, realizou-se em 1936. Conseguiram tornar um objeto do laboratório parcialmente invisível. Todos pensaram que, pelo menos, essa era uma confirmação parcial do trabalho teórico. Estavam trabalhando na direção certa. A Marinha aumentou seu patrocínio financeiro. Encontraram-se de posse de uma boa soma para gastar e, certamente, Franklin Delano ficou muito contente com os resultados. Mais algumas pessoas entraram na equipe. O Instituto, por sinal, não estava vinculado somente a esse projeto. Estava envolvido em muitos outros, e seus programas de pesquisa cobriam uma boa gama.
O projeto não era considerado secreto naquela época. Em 1940, conseguiram seu primeiro sucesso total, utilizando um navio tender - um pequeno navio da Marinha - no estaleiro do Brooklyn. Colocaram o equipamento no navio. Não havia tripulação, pela simples razão que não queriam correr riscos, no caso de algum problema. O tender ficou posicionado entre outros dois navios onde estava colocado o equipamento que energizava as bobinas no tender. A energia passava através de longos cabos. O equipamento foi ligado tornando o navio invisível. Um grande sucesso.
A Marinha estava extasiada. Decidiram ir em frente pedindo fundos ilimitados, tornando o projeto secreto e dando-lhe um novo nome - Rainbow Project (Projeto Arco-Íris). Obviamente, todos que fossem trabalhar nele tinham que ser aprovados pela segurança.
Thomas Towsend Brown
Thomas Towsend Brown é muito conhecido pelo efeito Biefeld-Brown, além de ter pesquisado o sistema de propulsão eletrostática para discos voadores, durante toda sua vida. Em 1938, era da Reserva da Marinha e voltou à ativa para trabalhar num projeto sobre minas magnéticas e de como limpar campos de minas e, partir daí, envolveu-se num outro projeto - o Experimento Philadelphia.
O sistema utilizado inicialmente teve muito sucesso e consistia em envolver todo o casco do navio em uma serpentina de fio de grosso calibre. Um equipamento especial a bordo seria ligado, gerando pulsações magnéticas de alta potência ao longo do casco, o que simularia a aproximação de um grande navio da mina magnética, detonando-a a uma distância segura do mesmo. Mais tarde, Towsend também deu sua contribuição ao Experimento Philadelphia.
David Hilbert
David Hilbert nasceu, em 1862, na Alemanha onde fez o doutorado em matemática e foi professor. Aposentou-se em 1930, mas não sem ter antes desenvolvido um número incrível de novos sistemas matemáticos, sendo o quinto deles conhecido como O Espaço Hilbert, considerado o mais importante, por oferecer uma descrição matemática de universos e de realidades múltiplas, o que foi de grande valia para o Experimento Philadelphia.
John Von Neumann
Von Neumann, filho de um rico comerciante judeu, nasceu na Iugoslávia. Estudou em várias universidades, diplomando-se em 1925, com um doutorado em química e outro em matemática. Lecionou em diversas universidades da Alemanha durante quatro anos, quando então, foi para os EUA. Antes de partir, estudou o trabalho do Dr. Hilbert, e conheceu o Dr. J. Robert Oppenheimer, que mais tarde se envolveu no desenvolvimento da bomba atômica. Von Neumann, partiu do trabalho de Hilbert e em 1940, havia desenvolvido sistemas matemáticas completamente novos - a nova álgebra - seu trabalho dentro do projeto tornou-se muito importante.
A primeira fase
Após 1940 a teoria foi desenvolvida. Tesla decidiu qual seria sua abordagem: campos magnéticos de alta-potência, emitidos a partir de quatro bobinas Tesla, colocadas no convés do navio e três grandes transmissores de RF (rádio frequencia), de aproximadamente 0,5 Megawatt cada, modulados de forma analógica, o que quer dizer, uma modulação contínua com ondas de formato muito complexo - tudo baseado no trabalho que já havia realizado no estaleiro da Marinha no Brooklyn. Os geradores principais foram feitos na Westinghouse e os transmissores de RF pela General Electric. O projeto progredia. Enquanto isso, Tesla havia desenvolvido na RCA, receptores de RF de longo alcance, poderosos e muito sensíveis, aparentemente utilizados pela RCA em sistemas de comunicação global . Pessoas que conheceram-no em sua velhice, disseram que com esse equipamento, mais seus próprios transmissores, Tesla mantinha comunicações com extraterrestres. Viram o equipamento, mas não entenderam o que viram.
Inicialmente as bobinas eram enroladas em volta do casco do navio. Posteriormente isto foi modificado para as quatro bobinas montadas no convés do navio.
Tesla possuía muitos laboratórios. Morava no último andar no Hotel New Yorker, onde estava instalada parte de seu laboratório, com seus receptores. Os transmissores estavam instalados no Waldorf Astoria, outro hotel muito conhecido, no qual possuía o último andar e as torres gêmeas. A maior parte da conta era paga pela RCA. Ele não podia colocar todo seu equipamento no mesmo local, por causa da interferência dos transmissores nos receptores. A comunicação, aparentemente, era muito importante, crucial mesmo, para esse projeto. O hardware foi projetado e construído por Tesla: com "receita caseira", terrestre, baseado em nossos conhecimentos e ciência e nossa matemática. Em um dado momento, Tesla recebeu informações, dizem que de origem extraterrestres, que teria que enfrentar problemas com a tripulação que faria parte do experimento e pediu mais tempo para a Marinha. Isso aconteceu no fim de 1941. A guerra tinha estourado em 7 de dezembro do mesmo ano e a Marinha pressionou-o dizendo: "Estamos em guerra. Não modifique nada. Faça com que funcione - você tem um prazo". Esse prazo era março de 1942.
Tesla tinha duas opções: arriscar-se a prosseguir com o teste, na esperança de que o problema não fosse tão sério quanto previsto, ou cancelar o teste. Recusou-se a aceitar a responsabilidade pelo que poderia acontecer às pessoas e sabotou o teste, tirando o equipamento de sintonia, assegurando-se de que parte dele não funcionaria direito. Assim, quando os interruptores foram ligados, nada aconteceu. A coisa foi um grande desastre. Mediante ao fracasso do teste, Tesla se Retira do Projeto. Para substituí-lo indica John Von Neumann. Von Neumann foi designado como novo diretor do projeto no dia seguinte.
A segunda fase
Ao assumir a direção Neumann pediu tempo para estudar o problema. Como ele não forneceu um prazo, a Marinha não teve escolha e acolheu a decisão de Neumann. Após considerar a questão, Neumann decidiu que queria um navio especialmente construído para o projeto. Entrou em contato com diversas pessoas da Marinha e selecionou um navio que estava sendo projetado - o DE173 (um contra-torpedeiro-escorte), um pequeno navio de 1560 toneladas. Decidiram fazer modificações ainda na prancheta. A torre número dois não foi construída e os dois geradores principais para as bobinas magnéticas foram colocados no deck, sob uma coberta que era, na verdade, uma sala disfarçada. O DE173 foi construído no seco e levado depois de pronto, a uma doca secreta no porto da Marinha.
Foram selecionadas 33 pessoas para compor a tripulação. No fim de 1942 o navio estava no porto. Colocaram todo o material a bordo e iniciaram os testes, que se estenderam até a primavera de 1943. O equipamento eletrônico, na sua versão final, possuía umas 3.000 válvulas 6L6. Neumann decidiu que os três transmissores originalmente usados por Tesla eram insuficientes e aumentou esta quantidade para quatro transmissores de RF com potência de 0,5 Megawatts operando em CW (Continuous Wave). As saídas destes transmissores foram então conectadas a boosters (amplificadores de reforço) que elevaram para 2 Megawatts de CW a potência final de cada um dos quatro circuitos de RF. Foi incluído um sistema especial de geração, herdado diretamente de Tesla, denominado Gerador de Referência de Tempo Zero . Além destes equipamentos descritos existiam dois gerados que eram responsáveis pelo fornecimento geral de energia para todo o sistema.
O primeiro teste da segunda fase
Era o dia 22 de julho de 1943 no porto de Philadelphia. O Primeiro Teste da segunda fase. O equipamento foi ligado. Tudo correu bem durante uns 20 minutos. Tudo estava funcionando normalmente. Conseguiram a invisibilidade total, óptica e em radares.
O navio ficou totalmente invisível e 20 minutos depois, os equipamentos foram desligados. Naquele momento, percebeu-se que havia problemas com o pessoal no deck do navio. Haviam sido colocados lá deliberadamente, para testar os efeitos. Os indivíduos estavam totalmente desorientados e abalados. Não estavam "normais". Nada acontecera ao pessoal que ficou sob o deck foi protegido pelo aço. A Marinha ofereceu-lhe uma nova tripulação. Neumann, sabendo dos problemas pediu à marinha uma prorrogação do prazo. A Marinha não concordou e deram-lhe um prazo final para 12 de agosto de 1943.
Fizeram o possível para estarem prontos no dia 12 de agosto. A Marinha também havia mudado de idéia e definido que "uma invisibilidade em relação a radares já seria suficiente. Não precisavam de invisibilidade óptica". Na verdade, não a queriam. Na época, não existia um sistema de navegação mundial como hoje em dia - LORAN (sistema de navegação de longo alcance), SHORAN (sistema de radar e de navegação de curto alcance) e nem, é claro, apoio de navegação com sistemas de radar computadorizado. Assim era necessário manter um contato visual com um navio adjacente na falta de um radar. Se, no caso de uma tempestade, ele ficasse invisível ao radar, seria necessário vê-lo fisicamente!
O segundo teste da segunda fase
Dia 12 de agosto de 1943. Todos a bordo do Eldridge que saiu do porto e esperava pelo sinal para ligar o equipamento. Nos primeiros 60 ou 70 segundos tudo parecia correr de acordo com o plano. O navio tornara-se invisível a radar, mas era possível ver o contorno do casco como que através de uma neblina. Mas aí, o navio desapareceu completamente do porto - sumiu. Houve pânico total no navio observador. Havia dois deles e um terceiro que era um navio da Marinha Mercante que também estava muito interessada no sucesso do sistema.
O navio desapareceu. Reapareceu umas quatro horas depois, no mesmo local, mas era óbvio que havia algo drasticamente errado. Uma boa parte da superestrutura estava danificada; a antena especial construída por T. Towsend tinha quebrado e ninguém respondia pelo rádio. Tiveram que enviar uma lancha para descobrir o que estava acontecendo. O que viram era devastador - um pandemônio total a bordo. Em uma contagem posterior, soube-se que muitas pessoas haviam desaparecido completamente do navio; quatro homens estavam enterrados com seus corpos presos no aço. Dois no deck e dois nas paredes. Um quinto homem tinha a mão presa em uma parede de aço. Ele viveu, mas teve sua mão amputada. Alguns haviam sumido e o resto dos sobreviventes ficaram insanos.
Aqueles que estavam dentro do navio, sabiam que havia algo de errado e apesar de não enlouquecerem, foram afetados. Todos foram postos em quarentena, o que teria acontecido de qualquer maneira para fazer o famoso "debriefing". A questão então era: "o que havia acontecido?"
O Eldridge havia desaparecido de 3 a 4 horas, voltara danificado, sua tripulação completamente atordoada, além de desfalcada. Eram quinze tripulantes. Não havia sobrado muitos. Depois de quatro dias de reuniões, decidiu-se abandonar o projeto. Mas logo depois mudaram de idéia e resolveram fazer mais uma teste.
Quatro horas desaparecido
O quê aconteceu ao Eldridge no período compreendido pelas quase quatro horas em que o navio ficou desaparecido?
Em 12 de outubro de 1983 estava em curso um outro projeto denominado Phoenix Project. Este estava sediado em Montauk. Long Island. Era um projeto de natureza similar ao Rainbow Project (Experimento Philadelphia). Houve uma conexão entre os dois projetos, de forma que um vórtice fora estabelecido, criando uma ponte espaço-temporal que os interconectou. Dois membros da tripulação do Eldridge, ao saltarem por sobre a amurada do navio, em 1943, foram parar em Montauk, em 1983. Um deslocamento de 40 anos.
O terceiro teste da segunda fase
Decidiram fazer mais um teste como o primeiro, de 1940. Como havia sobrado muito equipamento, pois esperavam ter sucesso, utilizaram-no em substituição daquele que havia estragado. Ligaram o equipamento no controle remoto com uns 35m de cabo. Em uma noite do final de outubro, levaram o navio para fora do porto de Philadelphia, com a tripulação à bordo e ancoraram-no. Desembarcaram a tripulação e ligaram o equipamento. O navio desapareceu e voltou 15 minutos mais tarde.
Essa deve ser a causa de uma história apócrifa que relata ter sido visto o navio em seu porto alternativo em Newport News, Virgínia, para desaparecer logo em seguida para retornar ao porto de Philadelphia. O fato é que o navio não estava na ativa antes de 27 de agosto e portanto não possuía um porto alternativo.
Quando apareceu, metade do equipamento havia sumido e a sala de controle estava em ruínas. A Marinha desistiu. O equipamento foi retirado e o navio foi utilizado em combate até 1946, quando ficou no estaleiro até ser entregue à Marinha da Grécia em 1951, junto com um destróier e outros navios, que o utilizou com o nome de Lion. Seus novos donos requisitaram o diário de bordo, que segundo às leis marítimas, deve permanecer à bordo desde o dia em que o navio entra em serviço.
O desfecho
O que encontraram? Todas as páginas do diário de bordo até 01 de janeiro de 1944 haviam sido arrancadas. E o que é que os gregos poderiam fazer? Reclamar com a Marinha dos EUA? Toda a documentação havia desaparecido, o que quer dizer que toda a história do Eldridge até aquela data foi acobertada.
A marinha criou 4 versões diferentes: há uma versão oficial que relata quando o navio foi lançado à água e quando entrou no serviço ativo (que por sinal é o dia correto, 27 de agosto de 1943). Teve um capitão temporário durante os testes, o Capitão Engle. Um capitão em sistema permanente assumiu mais tarde, a partir de 27 de agosto (segundo a Marinha), depois do cruzeiro de guerra, para serviço normal no Atlântico - o que não é bem verdade. Foi mais tarde, em 12 de dezembro. Houve um grande acobertamento. Até hoje a Marinha insiste na existência do Eldridge, mas nega tudo sobre os testes. Segundo o livro de William Moore, O Experimento Filadélfia (The Philadelphia Experiment), publicado em julho de 1979, a Marinha, naquela época, havia gasto 2 milhões de dólares, em suas estimativas, só em cartas-padrão, confirmando a existência do Eldridge e desmentindo qualquer experimento dessa natureza. Gastaram rios de dinheiro acobertando os testes e negando-os. Ainda continuam negado-os.
O fato é que os testes foram realizados e há sobreviventes.
12 de agosto
A importância desta data só se tornou clara em 1988. O seres humanos possuem biorritmos. A Terra também possui quatro e estes apresentam um momento de pico sempre nas mesmas data: 12 de agosto de 1943, 1963, 1983 e 2003. Um ciclo com periodicidade de 20 anos.
O filme
No ano de 1984 foi lançado um filme que recebeu o nome "The Philadelphia Experiment". Ao ser lançado nos EUA, ficou por dois anos com a sua exibição proibida por um mandato governamental. Em 1986 ele passou a estar disponível em fita. Hoje é possível obtê-lo nas locadoras de vídeo. Segundo relatos, o filme foi recheado com um romance, para torná-lo mais atrativo, mas que não deixa de ser uma boa aproximação dos fatos ocorridos.